segunda-feira, 27 de abril de 2009

Formação do profissional

Bem, gostaria de abordar aqui um tema que tem a ver indiretamente com a área de T&D, pois os profissionais de RH não podem parar de desenvolver-se, aliás, quaisquer profissionais, em todas as áreas. Até que ponto é recomendável desprezar um profissional documentalmente reconhecido em sua área por conta da finalização de um curso de idiomas ou do curso superior? Bem, entendam aqui que não quero levantar a bandeira da falta de preparo no lidar com uma área tão específica quanto o RH, porém a vivência de muitos candidatos devem ser levadas em consideração quando do surgimento de uma vaga na empresa nesta área. Por exemplo, um profissional que se formará na graduação daqui a 6 meses, porém já tem experiência de mais de 5 anos na área a que se propõe, procura formação continuada atualizando-se com cursos, workshops,etc. Fala inglês, é reconhecidamente bom no que faz atuando em empresas multinacionais, etc. Após ver tudo isso, após perceber claramente que esse profissional está completamente dentro do perfil desejado para minha empresa, que ele tem potencial para crescer e contribuir no desenvolvimento de todos, posso desprezá-lo porque não tem um diploma nas mãos, sabendo que daqui a 6 meses ele o terá? diante desta situação estarei desprezando não o candidato número 5, mas a pessoa, suas experiências, seu know how, suas habilidades...Acredito que o papel do RH é perceber potenciais e gerir talentos, apostando nas pessoas e vendo o que muitos não vêem, afinal a gestão é "com pessoas", não é mesmo? De que me adiantaria outro tipo de profissional que possui 2 graduações, MBA, cursos no exterior,mas não sabe absolutamente lidar com sua profissão, não tem experiência, não tem expertise?

Gostaria que pensassem a respeito.

Segue abaixo o trecho de um artigo que encontrei sobre o assunto no www.rh.com.br, creio ser bastante interessante.

"...No Brasil, os profissionais de RH não estão sendo preparados para pensar estrategicamente com foco nas pessoas inseridas no negócio. Não se pode esquecer que o objetivo final das empresas é sempre o lucro, e o das pessoas, é ter qualidade de vida. O papel do profissional de Recursos Humanos é alinhar essas duas necessidades, mas de maneira geral, ele ainda não é preparado o suficiente para suportar tais demandas.

Vejo dois pontos que esclarecem essa situação:
* Não existe um curso superior no Brasil suficientemente bom para dimensionar adequadamente o patamar que se deseja em que estejam os profissionais de RH das empresas modernas, pois os cursos focam muito nos processos, não explanam teorias sobre o comportamento das pessoas de maneira mais detalhada e não concatenam as atividades de RH às atividades de negócio das companhias;
* Normalmente, profissionais de RH têm formações, como: Psicologia, Administração e Pedagogia, dentre outras. São formações que focam as especificidades de suas ciências, mas em teoria, ao psicólogo, sempre faltará o tino de administração e ao Administrador, sempre faltará o entendimento do complexo comportamento humano, e assim por diante.

A meu ver, essas lacunas podem ser preenchidas de três maneiras:
1) A busca de pós-graduação num assunto menos familiarizado;
2) a vivência no mundo corporativo, que ensina direta ou indiretamente pelas experiências do dia-a-dia;
3) a busca de informação por iniciativa própria. Fazer cursos rápidos, ler literatura especializada, manter um bom network etc.

Faz-se necessário que o profissional de RH conheça de economia global, mercado de trabalho, tendências de negócios, comportamento de massa, sociologia; que esteja atualizado aos acontecimentos atuais, políticos, sociais e econômicos; que perceba de que maneira as ações das empresas impactam no comportamento das pessoas e de que forma estas ações podem melhorar ou piorar a qualidade de vida dos empregados; que entendam bem o negócio da empresa em que atua; falar ao menos o idioma dos negócios (inglês), e, outros quantos assuntos mais vierem à mente. Evidente que não se espera que existam super-especialistas em todos esses assuntos, mas espera-se sim que o profissional de RH tenha noção dessas temáticas.

O Brasil e suas empresas estão em um momento de transição que deve durar alguns anos, e o mercado de trabalho irá demandar de profissionais cada vez mais ecléticos e capacitados. Não se espera mais que existam psicólogos que atuam em RH ou administradores que operam em RH, mas sim profissionais de RH (agora em maiúsculo) que têm formação em Psicologia, ou Administração, ou Pedagogia etc. Faz-se necessário pensar em desenvolver as “habilidades de RH”. Como você está se preparando para isto?"

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