sexta-feira, 12 de junho de 2009

"Memórias de uma candidata à emprego"

Este texto me chegou por e-mail e conseguiu expressar quase tudo por que passam os candidatos a emprego nos últimos tempos. Inclusive eu!! hehehehe... Infelizmente, alguns RH´s chegam a ser mesmo desumanos com seus candidatos, esquecendo-se que eles mesmos podem ser os candidatos amanhã, enfim fica a reflexão.

Memórias de uma candidata a emprego

Ana Beatriz Fuhrmann (*)

Se você está empregado hoje, certamente já passou por uma entrevista de emprego. Vale então, aquele famoso e antigo ditado popular de “não fazer com os outros aquilo que não gostaria que fosse feito com você”, certo? Errado.

Em virtude disso, uma profissional com experiência de quatro meses na função de “candidata a um emprego”, reúne aqui algumas dicas preciosas a todos os entrevistadores (papel esquecido pela maioria das matérias sobre emprego, que focam sempre o papel do candidato).


1. Abra o processo de seleção somente após se certificar que a vaga existe, e de saber exatamente o perfil desejado.
Candidatos são seres humanos, que fazem planos e criam expectativas. Receber como retorno da entrevista a notícia de que a vaga não foi aberta ou aprovada é frustrante. A primeira pergunta que lhe vem à mente é “se a vaga nunca existiu, porque um processo de seleção foi aberto?” E tão importante é abrir um processo externo somente quando se tem certeza de que não existe um profissional com o perfil desejado na própria empresa. Selecionar internamente pode pegar bem e poupar tempo.

2. Cumpra o horário estabelecido (por você) para a entrevista.
O horário da entrevista foi marcado de acordo com a sua agenda. Sendo assim, atrasos não devem acontecer. O candidato enquanto aguarda não está pensando em como o entrevistador é uma pessoa importante e imprescindível. Pensa sim é se deve permanecer no processo seletivo de uma empresa, que no mínimo, emprega um profissional desorganizado e sem comprometimento com prazos.

3. Desligue o seu celular durante a entrevista.
A não ser que você seja o presidente da empresa (e mesmo nesses casos), você é capaz de ficar uma hora com o celular desligado, sem que a empresa tenha fechar. Levar o celular consigo para o caso de uma emergência e avisar o candidato no início da entrevista é aceitável. Mas já fui interrompida por ligações de banco, tele-marketing, todas imprescindíveis e inadiáveis, eu imagino....

4. Leia o currículo do candidato antes da entrevista.
Começar a entrevista perguntando a idade do entrevistado, que no currículo vem geralmente logo após o nome, é constrangedor. Isso mostra ao candidato que você não deu a menor atenção para o assunto e dá a direção de como será o resto da entrevista.

5. Procure sempre um local reservado para fazer a entrevista.
Se uma sala de reuniões não estiver disponível, procure um lugar que você possa ficar a sós com o candidato, sem ser interrompido. Cafeteria ou refeitório da empresa jamais. Coloque-se na posição do candidato, se esforçando para demonstrar seu potencial, enquanto você presta atenção em quantos cafezinhos o gerente da outra área já tomou, e que pode estar te devendo um relatório...

6. Avise aos seus pares, chefes e subordinados que você estará em entrevista e desencoraje interrupções.
Aqui vale a mesma dica que foi dada para o celular. Com o mínimo de planejamento, você consegue se ausentar da sua mesa por uma hora. Se a carga de trabalho está tão absurda, simplesmente não marque entrevistas. Até porque, nesse caso, você não terá a menor condição de integrar um novo funcionário.

7. Preste atenção no que o candidato está dizendo.
Ao invés de ficar formulando a próxima pergunta, preste atenção na resposta que o candidato está dando para a pergunta que você acabou de fazer. Mas faça isso de fato, realmente ouça o que ele tem a dizer. Pode ser diferente da resposta que você daria para essa pergunta, mas isso não impede que seja tão interessante quanto. Esteja aberto para ouvir opiniões e pontos de vista diferentes dos seus.

8. Não faça perguntas estúpidas.
A mais clássica de todas? Perguntar porque o candidato quer trabalhar na sua empresa. Salvo numa entrevista para a Cruz Vermelha ou Greenpeace, qualquer resposta diferente de “porque parece uma empresa bacana e soube que tem um bom salário...” é pura balela. Quer outra? “Você sabe trabalhar sob pressão?” Sinceramente, você conhece algum trabalho que não tenha pressão? E pior, você imagina alguém respondendo “não, eu começo a tremer, a chorar, a gritar...?”

9. Não queira saber mais da empresa em que o candidato trabalhou ou trabalha do que ele próprio.
A não ser que você tenha trabalhado na empresa em questão recentemente, o que faz você pensar que sabe mais sobre a empresa do que uma pessoa que trabalha lá há anos? E pior, não critique ou fale mal da empresa em que o candidato trabalha. Além de ser extremamente deselegante, quem garante que um dia você não vai procurar emprego lá?

10. Trate o candidato com respeito.
Entrevistas sob pressão existem para um propósito bastante específico. Sem necessidade, vira falta de respeito, ou agressividade gratuita.

11. O processo só termina quando todos os candidatos recebem um retorno.
Se você fala que vai ligar em uma semana, dê o retorno em uma semana. Mesmo que seja para dizer que vai precisar de mais uma semana. O pior é que na maioria dos casos, não se recebe retorno algum!

12. Lembre-se de que amanhã o candidato pode ser você.
E lembre-se que toda e qualquer função é ocupada por um candidato, do servente ao presidente. Não os menospreze.

(*) Ana Beatriz Fuhrmann é uma profissional com experiência em vendas, marketing e trade marketing adquiridas em empresas de grande porte. E-mail anabeatrizsf@yahoo.com

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